Primavera Silenciosa é um livro de da bióloga Rachel Carson (1907-1964), publicado no início dos anos 60, numa fase de elevada conformidade social, em plena guerra fria.
Alguma da tecnologia usada na guerra, passou a ser usada noutros contextos, para de alguma forma optimizar os investimentos feitos e também para escoar as grandes quantidades de produto armazenado. Este foi o caso do DDT – pesticida usado para pulverizar as selvas das ilhas do Pacífico, contra os insectos que causavam doenças nas tropas americanas que combatiam os japoneses – que passou a ser usado para destruir hordas de insectos-peste que ameaçavam a produção agrícola e a saúde humana.
O uso do DDT enquadrava-se no contexto de expansão do novo modelo tecnológico químico-mecânico em agricultura, que no pós-Guerra passou a multiplicar por 3 a produção mundial de cereais.
O livro apareceu assim, como uma pedra no charco, pondo em causa uma série de conquistas recentes e aclamadas, tendo provocado, um debate intenso sobre o uso de pesticidas e o programa de submissão da natureza em que este se inseria.